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Crescimento sustentável para o Rio de Janeiro

Nos últimos 40 anos, o estado do Rio de Janeiro passou de estado agrícola pobre, reunido ao ex-distrito federal a um estado com uma economia forte em relação ao restante do País. Essa grande virada econômica teve a tecnologia como principal elemento propulsor. Até os anos 70 o RJ não tinha petróleo e sua exploração economicamente viável só foi possível por conta do desenvolvimento de tecnologia nacional na exploração de petróleo em águas profundas.

Diferentemente do Oriente Médio e Texas-EUA, aqui no Brasil o ouro negro não brota no solo, foi preciso muita tecnologia para obter sucesso na exploração e produção de poços economicamente viáveis. Recentemente veio a camada pré sal usando tecnologia que só o Brasil tinha. Desafiamos os incrédulos e hoje a produção do pré sal é a mais rentável do Brasil.

O Rio de Janeiro tem agora uma nova oportunidade de desafiar os céticos e usar os recursos que tem de sobra para assumir um novo papel na economia nacional: ser um centro de desenvolvimento de tecnologia em inteligência artificial. E por que o Rio de Janeiro é o local perfeito para isso?  Porque nele se encontra uma concentração única de centros de tecnologia, pesquisa e ensino, instituições de renome internacional, com produção científica numerosa e instalações computacionais com alto poder de processamento.*

O ano de 2020 começou com a promessa de ser o ano da inteligência artificial. Tivemos o primeiro grande evento do Brasil em IA organizado pela Assespro-RJ no Museu do Amanhã em março de 2020, pouco antes da pandemia. Com a COVID19, o foco em IA mudou rapidamente para saúde e manutenção da economia, mas a tecnologia aumentou a sua importância numa sociedade cada vez mais digital. Empresas digitais ultrapassaram mineradoras, petrolíferas e bancos em valor de mercado.

As sérias dificuldades que o Brasil está enfrentando nos forçou a reagir e pensar em alternativas e novos formatos de arranjos produtivos, unindo o setor privado com o ensino e pesquisa, para conquistar esse espaço que é considerado o novo petróleo: o serviço de dados.

Diferentemente de outras ocasiões, o momento não é de apostar todas as fichas em grandes empresas estatais que estiveram à frente no passado. Agora o foco é em multiplicar oportunidades, convocando empresas do todo porte para participar de redes de Inteligência Artificial. Essas empresas de tecnologia poderão atender às empresas com sede no Rio de Janeiro ou em qualquer outro lugar do Brasil e do mundo, multiplicando riqueza e atraindo investimentos estrangeiros. O Rio de Janeiro tem essa força, com seu grande número de mestres e doutores, tem um grande potencial de inovação e empreendedorismo e será um grande empregador de mão de obra altamente qualificada.

Algumas iniciativas de governos municipais e estadual vem ao encontro da formação de núcleos de tecnologia. Podemos citar como exemplo, o edital de apoio a três redes de Inteligência Artificial no Rio de Janeiro pela FAPERJ e a Lei 6788 de outubro de 2020 que, entre outras coisas, cria o Distrito Criativo do Porto 21, na área do Porto Maravilha que conta prédios de arquitetura moderna, infraestrutura de internet, VLT que une aeroporto e rodoviária, trens, metrô e barcas e a proximidade do Centro mais antigo com grandes empresas privadas e estatais.

O Rio de Janeiro tem essa força e  agora tem que abraçar essa oportunidade, que não depende do fim da pandemia nem das vacinas tão esperadas.  


*Para dar alguns exemplos de instituições de ensino e pesquisa com padrão internacional.começando com universidades, centros universitários e institutos de ensino públicos: UFRJ com seu super computador Lobo Carneiro, UERJ, IME, UFF, UFRRJ, CEFET, UEZO, UENF e IFRJ. 

Os centros de pesquisa como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e seu super computador Santos Dumont, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), o Centro Brasileiro de Pesquisa Física (CBPF), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), entre tantos outros. 

Temos ainda centros de ensino e pesquisa superior com iniciativas pioneiras e reconhecimento internacional como PUC Rio e no com enfoque no empreendedorismo como UVA, UNISUAM, etc.

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